14 de junho de 2008

Da Alquimia Universal!...




«Alquimia interior é pois,

um sempre lento, conflitual e obscuro

processo de mutação energética,

pela qual uma personalidade aceita morrer

para que a sua Alma se ilumine.


Tudo se passa no Interior

do corpo humano

pela mutação do seu registo celular,

que, ao acelerar a sua vibração,

permite ao Espírito

vibrar enfim na Matéria.»


Da Alquimia Universal


Esta Opus de mutação energética actua sempre em quatro etapas bem definidas a que os antigos chamaram: Nigredo, Albedo, Citredo, Rubedo.

Ou seja a Obra ao Negro, ao Branco, ao Amarelo e ao Rubro ou Vermelho.

Correspondem estas etapas, respectivamente, à mutação de cada um dos quatro elementos: Terra, Água, Ar, Fogo.


Nigredo

«Putrefactio»

«Solutio, Separatio, Dexisio»


É o estado caótico da decomposição.

O Nigredo ou fase Negra da Obra, é a primeira etapa.

Momento altamente crítico, emocionalmente e mentalmente caótico,

situa o início da maior crise da nossa existência, que desencadeia o processo de transformação.


É a etapa mais difícil e mais dolorosa de toda a Alquimia. Quando as estruturas de segurança que através do Tempo tínhamos edificado nos são violentamente arrancadas.


A pessoa sente-se subitamente perdida, sem as referências que lhe eram familiares.

O Nigredo obriga à rendição do Eu, à identificação interior com a máxima fragilidade.


Momento intemporal, entre a Vida e a Morte.

Necessário para o possível despertar de um novo nascimento.

Ponto em que o Ser e o não-Ser se confrontam.

Quando a pessoa sente fugir o chão e não tem mais a que se agarrar.

Seja trabalho, segurança material, vida sentimental,

qualquer forma de dependência familiar ou conjugal...

É uma oposição limite, perda, destruição.


Nesta primeira etapa da Obra,

o sofrimento atingido exprime a resistência do Eu a deixar-se cair no mais fundo de Si,

a descer ao vazio existencial da sua Lua própria.


É o Tempo de se confrontar com uma absoluta desprotecção,

com a sua noite mais funda, o que habita em Si de remoto, assustador e desconhecido...


Desse «descer interior» emerge o mais doloroso,

porque o mais Solitário de todos os Sentimentos...

Deserto que nos cabe atravessar, pois só ele nos permite atingir,

por Oposição e Polaridade, o verdadeiro Oásis, a Paz profunda.


A Paz de quem já conheceu a «guerra».

A Paz de quem encontrou a resposta.

Essa resposta que só nós, em nós, nos arquivos mais íntimos e subtis da memória,

podemos encontrar...


Numa perspectiva de evolução o que está em causa na Obra ao Negro

é levar cada Ser humano a «acordar» para uma Vida com mais sentido.


O Nigredo obriga a sair de uma postura inconsciente de esquecimento.

Esquecimento de si, esquecimento da Ordem Universal.


O Nigredo remete-nos para a Consciência desse esquecimento e, finalmente para a aceitação dessa Ordem.


Segundo Étienne Guillé, o que se passa ao nível biológico no Nigredo é que as enzimas cortam determinadas sequências de informação no interior das próprias moléculas de ADN.

Isto provoca uma desestruturação do nosso programa genético, abalando igualmente aquilo a que podemos chamar o «velho Ego», a anterior personalidade, a pessoa que tínhamos sido.


O elemento a trabalhar no Nigredo é a Terra.


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